Hoje o tema é muito sensível.
Tanto que já escrevi e apaguei inúmeras vezes este post,
porque quem sou eu para julgar alguém?
Esta semana houve uma notícia que captou logo a minha atenção, e a notícia era que a estratégia de proteção aos idosos, promovida pelo Ministério da Justiça, iria impedir os filhos que maltratassem ou negligenciassem os pais de receberem a sua herança.
Claro que quando ouvi isto disse: "acho muito bem, esses filhos não merecem nada! Se quando os pais precisam deles, abandonam-nos, tratam-os mal e inventam mil e uma desculpa para não os irem visitar... Na hora de receberem o dinheirinho já têm tempo para tratar dos papeis?!".
Acho que não fui a única a pensar assim, mas será que todos os filhos têm a obrigação de cuidar e amar os pais?
Quem trata mal quer um ser humano como um animal merece ser responsabilizado, penalizado ou até mesmo criminalizado. Porem, é sempre mais fácil apontar o dedo e criticar o outro do que perceber o que levou uma pessoa a tomar certas decisões e atitudes na vida.
É que há pais e pais...
E se um pai não cuida, ama e educa um filho ao longo da sua vida,
como é que quer ser amado e bem tratado no final?
Pois é, para tudo há um senão e nestes casos não é exceção.
Não podemos responsabilizar nem criticar um filho que foi maltratado,
abandonado ou pouco amado.
Já para não falar que a vida nem sempre corre como imaginamos, por vezes os filhos vivem longe dos pais e não têm possibilidades financeiras de lhes proporcionar um bom lar. Amam-nos, mas não conseguem cuidar deles e lhes proporcionar uma boa velhice.
E é aí que nós podemos deixar a nossa marca na sociedade!
De certeza que temos vizinhos velhotes, a precisarem de um bocadinho de atenção.
Bastam 5 minutos de conversa que já fazem muita diferença. É claro que eles vão começar a fazer muitas queixas. Ora são as noites mal dormidas, as dores nas pernas e nas ancas, os olhos que já não querem ver, a reforma que mal dá para as despesas ou alguém que os enganou. Mas nós somos jovens! Temos histórias divertidas para lhes contarmos, temos muitos sonhos e filmes divertidos para lhes mostrarmos. Temos tudo para os animarmos e eles querem tanto 5 minutos da nossa atenção. Vamos fazer a diferença?
Eu sei que falar é fácil e fazer é que é mais difícil. E eu tenho um velhote de 88 anos "em casa" que me mói o juizo, mas é meu avó, ama-me e só nos tem a nós. É chatinho é verdade e às vezes tenho que ter uma boa dose de paciência. Mas um dia vou estar eu no papel dele e também quero ter alguém para desabafar os meus problemas e contar as minhas aventuras de adolescente.
Hoje deixo-vos um pedido muito especial.
Vamos fazer aos outros o que gostávamos que fizessem a nós! Vamos dedicar mais tempo aos outros, a ouvi-los e a acarinha-los. Sou nova, mas a vida já me ensinou a aproveitar bem todos os momentos com os que me rodeiam. Nada dura para sempre e por vezes só damos o devido valor às pessoas no fim de as perdermos.
Vamos fazer os nossos velhotes felizes! :D
Beijinho
Flávia